12/03/2020

A Associação Brasileira de Odontologia, seção Tocantins (ABO-TO), promoveu nesta quinta-feira, 12, o curso de “Imersão de Controle da Hipersensibilidade e Tratamento de Lesões Cervicais não Cariosas”, com o pós-doutor, Paulo Vinícius Soares. Vinte e cinco pessoas participaram da capacitação que teve duração de oito horas. A abertura contou com a participação do presidente da ABO-TO, Frederico Valadares.

Durante o curso, Paulo Vinícius Soares apresentou as 17 principais estratégias para a prevenção das lesões cervicais, além disso, mostrou como é a evolução da doença, como diagnosticar e como tratar o paciente. “O curso é baseado em 12 anos de pesquisa clínica realizada na Universidade Federal de Uberlândia. Nós fundamos o primeiro grupo de pesquisa que dedica especialmente pra essa doença na América Latina e hoje o Brasil possui mais cinco grupos”.

O pós-doutor lembrou que, até o final da década de 90, a lesão cariosa era um marca de pessoas com idade entre 60 e 80 anos e, hoje, mais de 40%  dos jovens com menos de 30 anos já tem a doença. “São jovens que nunca tiveram cárie na boca, não precisaram fazer intervenção cirúrgica na gengiva, nada! Mas não conseguem tomar um copo de água gelada porque dói”.

Essa mudança na faixa etária, segundo Soares, se deve ao estilo de vida. “O nosso novo estilo de vida está vinculado a ambiente de estresse de trabalho, fatores vinculados à ansiedade fatores vinculados à dieta ácida, nutrição esportiva, a busca pelo corpo perfeito, carga horária excessiva. Todas essas manifestações em conjunto levam a uma aceleração do que a gente chama hoje de envelhecimento precoce bucal. Nós temos uma geração com menos de 30 anos de idade que a cavidade oral tem 55, 60 anos”.

O professor explicou ainda que a doença pode acontecer de uma forma discreta, quase assintomática. “O primeiro sintoma é a hipersensibilidade, mas a sequela disso é a perda de osso precoce, perda de esmalte, de dentina e, quando a lesão evolui, pode chegar a perder o dente”, disse, explicando que entre as lesões não cariosas, a mais frequente é na região cervical, próxima à gengiva, que é a mais sensível de todas. “Hipersensibilidade não perdoa não deixa o paciente conversar, tomar água gelada, sorvete. Primeiro ataca a qualidade de vida do paciente pra depois chegar ao estágio mais grave”, finaliza.