28/02/2017
Os implantes osseointegráveis são divididos em ápice, corpo e pescoço (onde se conecta a prótese). Por aí já podemos dizer que os implantes não são todos iguais.
Durante vários anos a implantodontia utilizou em suas reabilitações os implantes cilíndricos, lisos com conexão hexagonal externa, preconizado pelo Professor Branemark na década de 60, sendo o protocolo desenvolvido com a a instalação dos implantes, em pacientes edentulos totais, com a espera para a colocação dos dentes entre 4 a 6 meses e sucesso clinico variando de 84 a 95% por acompanhamento de 15 anos.
Quando os parafusos passaram a ser usados em próteses unitárias, várias complicações começaram a surgir: soltura de parafusos, fraturas e até mesmo a quebra do implante. A partir disso a indústria procurou alternativas para a retenção mais efetiva da prótese ao implante e desenvolveram-se os implantes de Hexágono Interno, especialmente nos anos 80/90 e ínicio dos anos 2000.
Concomitante a isto surgiu o conceito de Cone Morse que foi estabelecido por Stephen A. Morse em 1864 e a indústria dos implantes importou esta ideia, desenvolvendo encaixes nos implantes do tipo Morse. Sendo precursora no assunto a empresa de implantes alemã Ankylos em 2004.
Hoje podemos dizer que após vários anos dos implantes, houve uma transformação muito significativa desde a cabeça, corpo, superfície e até o ápice dos implantes.
Ao mesmo tempo, alternativas para melhorar o sucesso da osseointegração, destes implantes foram implantadas pela indústria com a transformação das roscas dos implantes, o desenho e especialmente o tratamento de sua superfície, inicialmente eram apenas usinadas e passaram a ser tratadas com hidroxiapatita, jatos de areia, ácidos entre outros métodos.
Com estas novas tecnologias e acompanhamento a longo prazo o sucesso dos implantes passou a ser superior a 95% e ainda com a introdução das cargas imediatas, cujos estudos iniciais foram da década de 90.
Podemos deixar claro que os implantes utilizados hoje, tem a mesma filosofia dos da década de 60, porém avanços tecnológicos foram realizados proporcionando maior conforto ao profissional e ao paciente, podemos dizer que cada “tipo” de implante tem sua indicação, e existem implantes diferentes e cada um tem o seu lugar reservado para cada paciente e para cada região da boca. A escolha dos implantes deve ser amparada por resultados de sucesso ao longo e com publicações de estudos que mostrem sua eficácia.
James Carlos Nery
Especialista em Periodontia, Mestre em Prótese e Doutor em Implantodontia
Coordenador do Curso de Especialização em Implantoodntia da ABO-TO
Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da SLMandic-Brasília